domingo, 19 de fevereiro de 2012

Parábola da bolha

Eu era uma linda bolha de sabão.
Diáfana e brilhante, refletia em minha sutil película as sete cores do arco iris.
Nasci de um sopro. Estava envolvida, permeada e sustentada pelo mesmo sopro...
Só que não me lembrei disso...
Sendo muito leve, inflada, ou melhor, convencida de minha beleza, voei e subi, embalada no meu auto-conceito, feliz por estar pairando no alto.
Também não tomei conhecimento de quem me levantava era o vento.
Vi muitas de minhas irmãs estourarem. Algumas eram mais jovens do que eu...
Não me imprecionei... Achei que eu ia durar eternamente...
Hoje sei que a vida de uma bolha é rápida e efêmera...
A água que compunha o meu invólucro me fazia girar elegantemente e o sol realçava as minhas cores suaves...
Só agora sei que a substância que havia dentro de mim, era a mesma que estava ao meu redor...
Que as minhas sete cores eram produto da refração da luz branca...
De repente um sonoro estalido e perdi meus limites periféricos! Incorporei-me de novo à atmosfera onde antes flutuava!
Então tive consciência da verdade: de onde eu viera, por onde andara, e do que eu era realmente.
Eu sempre estivera mergulhada na vida... Mas sempre preocupada com as ilusões da vida...

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